Alguém aí já assistiu ao filme ‘Procurando Nemo’? Sim, sim! Aquele que se passa dentro do Oceano, narra as aventuras de um Peixe-Pai à procura do seu perdido Peixe-Filho. (Se não assistiu, aceite a minha indicação: é uma ótima animação, com roteiro um tanto mais profundo do que parece!)
Nemo é um peixinho muito fofo, mas apesar de o filme ter o seu nome – o que nos faz entender que ele ocupa o papel principal – esse nunca foi a minha personagem favorita. Eu sempre fui totalmente encantada pela Dory, a peixinha azul que era toda simpatia. Além de inocente e gentil, Dory era corajosa e esperta (Muito parecida comigo =P), e entre todas as características havia uma que era marcante, Dory sofria da PERDA DE MEMÓRIA RECENTE.
Dava enormes gargalhadas vendo a Dory esquecer de coisas que tinham acabado de acontecer. Na verdade, no fim das contas, eu me familiarizava com essa ‘doença’ e achava, inclusive, que eu também sofria dela.
Minha memória não era das melhores. ( E ainda não é rs. )
Mais ou menos um ano atras chegando em casa tarde da noite eu abri a porta com a minha chave, entrei em casa e não tirei a chave da fechadura. Fui dormir e a chave passou a noite toda pendurada do lado de fora, ou seja: qualquer ladrão poderia entrar e fazer a sua própria festa. Somente no dia seguinte que eu soube do ocorrido, quando fui acordada ouvindo as reclamações do minha avó.
Recentemente eu estava no meu quarto e fui em direção à cozinha levar uma sacola ao lixo, assim que voltei ao quarto pensei na sacola, mas já não lembrava que eu tinha acabado de jogá-la fora; então passei a procura-la sem muito afinco. Essa procura durou horas, até que eu me concentrasse e lembrasse de que a sacola já estava no lixo. Isso sem contar as diversas vezes que estou contando uma história a alguém e logo me esqueço no meio da história, qual a parte que eu estou contando. (É. Essa sou eu! Risos)
Uns dizem que o meu problema é falta de atenção, outros dizem que os meus 20 anos já me trouxeram os sinais da velhice… Deixando de lado essas teorias, acredito que vocês já entenderam o motivo de eu tanto gostar da procura pelo Nemo. Eu me sentia dentro do oceano, vivendo todas aquelas aventuras.
Entretanto por esses dias, eu encontrei assimilações com o meu problema de esquecimento dentro de outra história que não aconteceu no fundo do mar. A bíblia narra que essa história aconteceu no Deserto e que a perda de memória recente não era somente o problema de uma ou duas personagens, mas de todo um povo: O povo de Israel. Aquela nação que foi levada ao Egito, escravizada no Egito e LIBERTADA do Egito. Sim, aquele povo que viu O MAR SE ABRIR e passou por dentro dele a pés enxutos. Exatamente, aquele povo que viu sair água da pedra e maná do céu.
O POVO DE ISRAEL SOFRIA DE PERDA DE MEMÓRIA RECENTE!
Como eu constatei isso?
Simplesmente porque pouco depois de cada um dos MILAGRES E MARAVILHAS que eu acabei de citar, esse povo agia como se servisse a um Deus que NÃO é fiel, que NÃO cumpre a Sua Palavra e que NÃO os amava. Apesar da fidelidade e do amor incondicional de Deus serem provados a cada passo que os israelitas davam, eles não confiavam no Senhor. E essa falta de confiança dificultou a jornada deles em direção à Terra Prometida e , sobretudo, dificultou o relacionamento deles com o próprio Deus.
Moisés enxergou o mal causado pela perda de memória recente, tanto que já no final da sua jornada aqui na Terra, ele alertou: “Mas, tomem cuidado para que vocês não se esqueçam das coisas que viram Deus fazer. Que os milagres realizados por Ele marquem profundamente os seus corações e produzam um efeito permanente nas suas vidas!” [Deuteronômio 4:9]
É preciso que lembremos, que tragamos cotidianamente à nossa memória tudo aquilo que nos traz esperança. Grandes coisas o Senhor fez por Israel e tem feito em nosso favor! “Se pudéssemos contar os medos, tanto grandes quanto pequenos, que já nos assolaram, e agradecêssemos a Deus cada resultado temido que NUNCA se materializou, não haveria fim para a gratidão a que chegaríamos.” Deus tem nos guardado do mal, tem guiado às nossas vidas pelo caminho eterno, tem provido o pão de cada dia, protegido as pessoas que amamos, tem – de um jeito gracioso – realizado alguns dos nossos sonhos, e mesmo que Ele não fizesse tudo isso, a morte do Seu Filho na cruz como prova da Sua MARAVILHOSA GRAÇA seria o bastante para NÃO DESCONFIARMOS DELE, em nenhuma hipótese.
Jesus morreu na cruz. Isso foi mais que o suficiente. Deus – o Pai - nos adotou como seus filhos, transformou o nosso corpo em Sua casa, trouxe-nos das trevas para a Sua estonteante luz, rasgou toda a escrita de dívida que nos condenava, perdoou os nossos pecados e nos garantiu a VIDA ETERNA. Isso foi mais que suficiente para que todos os nossos dias fossem dedicados à Honra do Seu Nome.
Mas, não é assim.
A perda de memória recente assolou os cristãos. Esquecemos o que Deus fez ontem e, ridiculamente exigimos que Ele faça mais hoje para que então o amemos mais. Assim os dias se passam e se o amor de Deus não fosse tão forte quanto Ele mesmo, nós estaríamos em maus lençóis. Sabe por quê? Porque Ele tem paciência conosco! Como já disse, o Seu amor é tão grande que Ele não se importa de ter que demonstrá-lo todos os dias de uma forma diferente, se for preciso.
Se esquecemos, Ele nos lembra mais uma vez, Ele demonstra mais uma vez, Ele nos prova mais uma vez… De um jeito tão gentil e carinhoso como se fosse a primeira vez.
A propósito, esse é o título de um outro filme que me encanta sempre que assisto. A mocinha tem a tal perda de memória recente” e vive a sua vida na penumbra do esquecimento diário. Até que surge o mocinho e no meio do que poderia ser mais um romance clichê, ele se dispõe a fazer o que poucos dos que se dizem apaixonados estariam dispostos: A CONQUISTÁ-LA TODOS OS DIAS.
E é isso o que Deus faz por nós: Ele se dispõe a nos conquistar todos os dias. Ele não desiste de nós. Se somos ingratos, Ele nos dá mais motivos para sermos gratos, se nos esquecemos Ele faz de novo, se duvidamos do Seu amor, Ele nos ama com ainda mais intensidade. Este é o nosso Deus!
O Deus que se faz lembrado mesmo quando perdemos a memória.
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